quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O “fator de crescimento” e a sua eficiência na recuperação de atletas

Técnica pode acelerar em até 70% a reabilitação de esportistas. E especialistas garantem que não é doping.

Ser vítima de grandes lesões e permanecer em inatividade por muitas semanas ou meses é um dos maiores temores de todo o atleta. Ao longo do tempo, diversos tratamentos foram evoluindo na medicina esportiva para diminuir esse penoso período pelo qual muitos esportistas passam sem exercer a sua profissão. Recentemente, um método chamou a atenção da mídia e causou polêmica: o chamado “fator de crescimento”, que teria sido aplicado no atacante Ronaldo, do Milan.

Durante a estada do “Fenômeno” no Rio de Janeiro, há duas semanas, surgiu a informação de que o ex-camisa nove da Seleção Brasileira teria se submetido à terapia e o Comitê Olímpico Nacional Italiano (Coni) respondeu que a técnica é doping. O médico José Luiz Runco, que atendeu o jogador milanês, negou a utilização do método no atleta. A técnica, contudo, passou a ser questionada pelo mundo do esporte.

Com o decorrer dos noticiários, descobriu-se que o “fator de crescimento” já não é uma novidade. A opção de atletas e clubes pela terapia é algo mais comum do que se imaginava, e um dos facilitadores para isso é o fato do tratamento ser considerado simples na atual medicina, além de exigir apenas o sangue do próprio esportista.
“Uma pequena quantidade de sangue é retirada e separamos os componentes celulares por peso molecular. Os que mais interessam são as plaquetas e os leucócitos, e através de algumas reações bioquímicas do próprio paciente obtemos uma substância chamada ‘fator de crescimento’. A partir daí, após anestésico prévio, injetamos o ‘fator de crescimento’ diretamente no local da lesão, guiados por ultrassom, que registra a entrada da substância”,
Infográfico acima mostra como funciona o tratamento por " fator de cescimento"

Dentro do corpo do esportista, o “fator de crescimento” adota uma função de regenerar o músculo lesionado. “Com a ação, o fator de crescimento recruta no local todas as células sadias em volta da lesão e faz uma alteração no DNA dessas células, provocando a mitose celular – as células vão se multiplicando e formando uma espécie de tapete. O que acontece nas fibras musculares é como em uma blusa de lã, que a sua mãe ou a sua avó costura os buracos”, comparou a especialista.

A adoção desta técnica tem como principal vantagem a diminuição do tempo de reabilitação do atleta, que pode ser de até 70%. Porém, procedimentos normais, como fisioterapia, não estão descartados. “Em uma lesão de grau 1, se o paciente demora seis semanas para se recuperar, nessa terapia demora três. Mesmo assim, precisa fazer fisioterapia, mas já pode estar liberado no dia seguinte. E não precisa tomar nenhum medicamento”,

Outro ponto considerável do “fator de crescimento” é a eliminação das dores durante a recuperação. “Pelo que constatamos nos últimos dois anos, em 100% dos casos houve ausência de dor. Os leucócitos, que são células de defesa, diminuem a dor, e essa reabilitação é mais rápida exatamente por isso”,