sábado, 7 de janeiro de 2012

Fisioterapia "Fabriqué au Brésil"

A  vida dos atletas brasileiros na Europa tem muitas curiosidades.

O antes...

Éramos três brasileiros em Le Mans: Eu (Paulo André), Túlio de Melo e Grafite. Vocês sabem que algumas dores, entorses e tendinites, são coisas cotidianas dos atletas de alto rendimento.

Mas em Le Mans isso se tornou uma dor de cabeça pra gente. Não existia manutenção, prevenção, nada! Essas lesões eram tratadas com homeopatia, massagem e muita reza (Risos)!

... e o depois

Depois de inúmeras reclamações e problemas com o departamento médico do clube e com os diretores (pela falta de estrutura aos atletas), decidimos resolver o problema com um jeitinho brasileiro! Convidamos o fisioterapeuta Elliot Paes para vir à França e morar em Le Mans.

A ideia era que ele fizesse nosso tratamento diário, antes e depois dos treinos, para que não tivéssemos que parar de treinar ou que nos recuperássemos mais rápido das lesões!

Como os diretores não autorizaram que ele trabalhasse dentro do clube, resolvemos pagar seu salário e transformamos a garagem da casa do Grafite em uma clínica de fisioterapia. Compramos aparelhos de musculação, aparelhos de fisioterapia e decoramos o ambiente! Um mês depois, ganhamos mais alguns clientes que tinham as mesmas necessidades que nós. Adriano Lobinho (zagueiro, ex-Atlético MG) vinha de Nantes (200km) duas vezes por semana para tratar.

O sérvio Marko Basa e o francês Matthieu Coutadeur também usaram nossa estrutura para se reabilitarem de lesões.

Elliot ficou três meses conosco, e foi contratado pelo Schalke 04, por intermédio do Linconl (atualmente no Palmeiras) e Bordon (ex-São Paulo) para cuidar dos brasileiros do clube.

Ele cuidava de vários jogadores de outros clubes alemães que pegavam a estrada pra vê-lo.


Lobinho, Elliot e eu

 Hoje escuto a mesma história de muitos atletas brasileiros no exterior, em diversos países. Chego à conclusão de que o Brasil é um exportador de fisioterapeutas rs Só não entendo ainda a resistência dos europeus em aceitar que a nossa medicina esportiva é muito mais avançada que a deles! Até hoje, é muito difícil fazê-los admitir a necessidade de profissionais brasileiros dentro de seus clubes!


Será uma questão cultural? Será uma questão científica? Convido os fisios e os sociólogos a participarem da discussão.

Eu e o Grafite

Voltando à história, como não podíamos ficar sem fisioterapeuta em Le Mans, já que o nosso tinha sido "comprado" por um clube maior, resolvemos apostar numa jovem promessa, Ricardo Vidal (vulgo Pastinha).

Ele também, nos ajudou muito no período que esteve por lá! Depois dele, outros dois vieram: Frank e Rodrigo Iralah.

Quem sabe um dia escrevamos um livro sobre tudo o que passamos naquele lugar... Vocês não vão acreditar rsrs

Abraços a todos,

Paulo André