quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Fratura no Basquete


Nesta segunda-feira (05/09/2011), em partida válida pela segunda fase do Pré-Olímpico das Américas, ocorreu uma cena forte. O jogador da República Dominicana Edgard Sosa sofreu uma fratura na perna direita nos segundos finais da partida.

A lesão ocorreu após o atleta sofrer um toque quando estava no ar em disputa de bola e cair desequilibrado, apoiando e descarregando grande parte do peso sobre a perna direita. Logo em seguida foi possível ver o desalinhamento da perna do atleta, o que indicou a ocorrência da fratura. Uma fatalidade, visto que este tipo de lesão não é comum no basquete.



Confira o lance no vídeo abaixo:




O QUE PROVOCA A FRATURA?

As fraturas podem ocorrer por traumas diretos, contrações musculares vigoras gerando avulsões, entorses ou quedas (impactos). A intensidade da força ou trauma aplicado ao osso determina o tipo da fratura. Ainda, existem aquelas que podem ocorrer sem qualquer trauma direto, como por exemplo as que ocorrem por desgaste (osteoporose/osteopenia) ou sobrecarga gerada por overtraining (fratura por estresse). As classificações das fraturas diafisárias da tíbia são divididas em vários graus. Os dados morfológicos mais importantes na classificação são:


localização anatômica;

padrão ou padrões dos traços da fratura;

associação com lesão da fíbula;

posição e número dos fragmentos;

descrição do dano às partes moles.

A classificação da American Academy of Orthopaedic Surgeons, assim como a proposta pela Orthopaedic Trauma Association, se baseia nas classificações propostas por Tscherne e Gustilo e Anderson. Utilizam sistemas alfanuméricos com localização anatômica (proximal, média e distal), configuração (simples, asa de borboleta e cominutiva) e a lesão das partes moles. Uma subclassificação descreve a presença e extensão da cominuição, a qual se relaciona com a absorção da energia do trauma como indicação de sua gravidade. Na aplicação destas classificações, fica evidente que as fraturas simples têm melhor prognóstico, enquanto as cominutivas com grande lesão de partes moles têm prognóstico pior.



TRATAMENTO

O tratamento imediato, no caso do atleta dominicano, é por via cirúrgica para a correção do desvio, geralmente a opção médica é a realização de uma síntese óssea que pode ser feita de diversas maneiras, como fixação com placa e parafuso, haste intramedular, entre outras.



REABILITAÇÃO

Após realizada a síntese óssea o atleta é encaminhado para a Fisioterapia e no período inicial o mesmo deve ficar sem realizar descarga de peso, esse tempo poderá variar de acordo com o tipo de fixação e orientação médica, o qual ocorre numa média de 4 a 6 semanas sem carga. Ainda nesta fase é extremamente importante o trabalho de ganho e/ou manutenção da ADM (amplitude de movimento) da articulação do joelho, tornozelo e das articulações do pé, que ficam comprometidas pelo procedimento cirúrgico e imobilidade. Outros aspectos também devem ser trabalhados, como força para os grupos musculares de todo o membro inferior, redução de dor e edema da perna operada, cuidados e orientações com as cicatrizes e possíveis áreas com alteração de sensibilidade.



DICA DO ESPECIALISTA

A hidroterapia é um recurso muito válido. Com ela podemos trabalhar a marcha do atleta, controlando a descarga de peso através do nível da água, além de ser um ótimo recurso para trabalho de mobilidade articular, redução de dor e edema e ganho de força muscular. Na fase intermediária e final os objetivos passam a ser ganho de força muscular, principalmente de força isotônica excêntrica para absorver as cargas exercidas durante a marcha e corrida, e evoluir para mudanças de direções, treino pliométrico com e sem mudança de direção. É importante salientar que deve-se sempre direcionar o treinamento segundo o gesto esportivo do atleta. Outra dica importante é evoluir o tratamento do paciente sempre com critério e realizar testes de retorno ao esporte antes de liberá-lo para a sua atividade física.



Ft. Igor Phillip