O álcool não entra na lista de substâncias apontadas no exame antidoping. Isto porque, do ponto de vista da legislação esportiva, a bebida não é considerada uma substância que melhore o rendimento. Pelo contrário. Para Turíbio Leite, médico do clube Pinheiros, a bebida causa dependência e deveria ser acusada no exame.
Na verdade, se nós formos caracterizar os prejuízos do doping tanto de ponto de vista físico, como do ponto de vista social, o álcool deveria cair na mesma classificação dessas drogas, dessas substâncias mais pesadas.
Pelo ponto de vista da dependência e até de prejuízo moral. Quem sabe até venha a ser um dia, num futuro próximo, também considerada uma substância proibida pela legislação antidoping - afirmou em entrevista ao "SporTV Repórter".
Se o álcool não entra nessa lista, abre-se uma margem para que os atletas bebam indiscriminadamente, acredita o médico.
Para ele, ao escolher o esporte, os jovens devem colocar a vida profissional em primeiro lugar. Para isso, têm que se privar de algumas coisas, como a bebida, por exemplo.
Eu não acredito que haja nenhuma situação em que o consumo do álcool, ou a liberação para esse consumo, possa ser positivo do ponto de vista de desempenho. Evidentemente, o atleta, fora do ambiente de esporte, é uma pessoa comum. Mas ele sabe que existe um preço que ele tem que pagar por um desempenho esportivo.
Sem dúvida nenhuma, ele tem consciência disso. E faz parte daquilo que ele entende como uma rigidez necessária à vida esportiva. No esporte de alto rendimento deve se privar de algumas coisas. Eu acho que o álcool está dentre essas privações que, infelizmente ou felizmente, ele é obrigado a aceitar. (Assista à uma parte do programa no vídeo abaixo)
Veja a reportagem na integra:
http://sportv.globo.com/site/programas/sportv-reporter/noticia/2011/11/para-medico-do-pinheiros-antidoping-deveria-acusar-consumo-de-alcool.html#programa-sportv-reporter