As avaliações físicas procuram determinar ao máximo valores que mostram quais as reais condições que os atletas ou alunos possuem. É através delas que se torna possível de maneira indireta e com um custo mais barato e de fácil acesso avaliar as capacidades físicas.
Porém se torna de extrema importância a escolha de um teste ou protocolo a ser seguido, pois é a partir dele que se torna possível receber todas as informações que o preparador físico ou fisiologista procuram avaliar, evitando assim a execução de atividades sem objetividade, sem dados que serão utilizados na preparação e que podem prejudicar o planejamento físico.
Dentre as variáveis fisiológicas existentes nas modalidades esportivas, a resistência aeróbia é uma delas e chama a atenção dos profissionais da saúde para a determinação de programas de treinamento que buscam aplicar intensidade. Através de algumas avaliações da resistência aeróbia, podemos determinar valores de velocidade e frequência cardíaca que estão relacionados aos limiares ventilatórios.
O teste ergoespirométrico é o principal teste aplicado para a determinação dos valores de limiares, VO2 entre outras variáveis, isso ocorre por ele analisar a troca de gases, além de ser um teste máximo, ou seja, o indivíduo só termina o teste quando não possui mais condições físicas ou psicológicas para a sequência do mesmo. Porém este teste é caro e são aplicados em locais bem específicos, devido aos equipamentos utilizados e a presença de profissionais capacitados.
Como sabemos que a maioria das equipes e alunos não possuem condições para realizar este tipo de teste, muitos outros tentam de forma indireta predizer as variáveis fisiológicas requeridas. Sendo que para os esportes intermitentes o Limiar anaeróbio ou Limiar II é de extrema importância para determinar valores de intensidade de treinamento. O teste de Conconi se encaixa nestes testes e procura de forma bem simples e de fácil acesso verificar em que momento se determina o limiar II, ou como é chamado pela literatura o Ponto de Compensação Respiratória.
O teste de Conconi se dá pela presença de um aluno ou atleta na esteira ergométrica, onde durante aproximadamente 5 minutos realiza um breve aquecimento, sendo logo após iniciado o teste em si. A partir do ínicio do teste são coletadas as frequências cardíacas nas velocidades impostas, sendo estas modificadas em um intervalo de tempo. Para pessoas sedentárias o teste começa com a velocidade 5 a 7 km/h, e para atletas de 7 a 8 km/h, a cada minuto deve ser aumentada a velocidade em 0,5 km/h. A partir dos 10 km/h a velocidade deve ser aumentada a cada minuto em 1 km/h.
Ao serem coletadas as frequências cardíacas em cada velocidade elas devem ser colocadas em um gráfico, onde uma resta será traçada, porém em algum momento esta reta perde a sua linearidade, ocorrendo uma grande alteração da frequência cardíaca, o que para a literatura é o Ponto de Compensação Respiratória, ou seja, o momento onde o gás carbônico passa a não ser completamente excluído e portanto havendo formação e não exclusão do lactato sanguíneo (acidez que leva a fadiga).
Portanto a aplicação do Teste de Conconi tem sido muito utilizado, devido ao seu baixo custo, fácil aplicabilidade, além de determinar valores de frequência cardíaca e velocidade que determinar o limiar anaeróbio ou Limiar II, importante dado para a aplicação de atividades que visam trabalhar o metabolismo anaeróbio.