De modo resumido, a Fadiga Muscular pode ser definida como declínio da tensão muscular com a estimulação repetitiva e prolongada durante uma atividade.
Fadiga muscular final extensão unilateral
A tensão muscular é o que mantém a musculatura do corpo rígida e ativa. Esta tensão é mantida por duas substâncias importantíssimas para o sistema muscular humano, o glicogênio muscular e a glicose sanguínea.
O glicogênio muscular pode ser definido como uma reserva de carboidratos que fica guardada na musculatura e nos órgãos (como o fígado) em caso de uma "emergência". É o glicogênio que fornece combustível e energia para a construção e manutenção do Sistema Muscular. A glicose sanguínea é todos os açucares que estão livres na corrente sanguínea, sem estar armazenada, é o açúcar momentâneo que é esgotado primeiro quando uma atividade é iniciada.
Segundo McArdle e Katch, 1992, a falta destas duas substâncias (principalmente do glicogênio), leva a falta de oxigênio, aumento do ácido lático na musculatura, aumento do PH (acidez), prejuízo no sistema de transferência de energia, distúrbio no sistema para a transmissão do impulso nervoso e desequilíbrio salino, causando assim a fadiga da musculatura em atividade. As causas mais comuns para a fadiga muscular são várias, uma dieta hipoglicídica (pobre em açucares) faz com que o glicogênio muscular e hepático diminuam rapidamente reduzindo o desempenho do exercício de curta duração, assim como de atividades de endurance prolongadas e submáximas. Tanto para atletas como para indivíduos que reduzem, demasiadamente, o percentual de glicídios (gorduras), como em dietas líquidas e de inanição (dieta sem ingestão de alimentos).
Essas dietas tornam difícil, do ponto de vista do fornecimento de energia, participar na atividade ou no treinamento físico vigoroso fazendo com que o praticante tenha fadiga muscular mais cedo e constantemente. Existem algumas doenças, como a Hipoglicemia, que alteram o metabolismo e a absorção dos açucares impedindo o funcionamento normal do organismo. Alguns suplementos alimentares a base de algumas proteínas competem com os açucares impedindo seu armazenamento e metabolismo.
Outros produtos muito consumidos por lutadores são os suplementos energéticos, que muitas vezes não deixam a sensação de sobrecarga ser sentida pelo corpo, levanto o atleta a limites nunca alcançados, o que é muito prejudicial para a saúde. As conseqüências para os atletas são várias, desde a perda momentânea da força, perda da força por um longo período, fraqueza durante a luta e treinamento, sensação do corpo estar mole e leve, indisposição, preguiça para treinar, aumento da flacidez da musculatura, além é claro de afastar o atleta durante um tempo, que muitas vezes pode ser em uma etapa importante na preparação para alguma competição.
Um outro fator importante e descoberto recentemente é que a fadiga muscular leva a uma perda da propriocepção do corpo - a propriocepção é uma habilidade do corpo de se localizar no espaço. Ou seja, quando a fadiga aparece, o atleta pode perder seus reflexos e seus equilíbrios, fatores primordiais para os lutadores. Prevenção A prevenção é baseada primeiramente em uma boa reeducação alimentar, treinamento adequado, limite de treinamento (hora/dia), não ultrapassando seu limite físico e mental, repouso entre as séries de exercício, nunca trabalhar o mesmo grupo muscular por dias consecutivos procurando sempre alternar o trabalho nas academias com outras atividades mais leves.
Ter pelo menos 2 dias de repouso durante a semana, mesmo para períodos de competição (este repouso é importantíssimo até mesmo para a síntese de proteínas e construção muscular). Sempre que estiver com a musculatura pesada e cansada, fazer alongamentos e repouso. Tratamento O tratamento baseia-se em repouso, bolsas de água quente para relaxar a musculatura (muitas vezes durante a fadiga, nódulos de tensão na musculatura aparecem, os famosos Trigger Points - serão discutidos em um outro artigo e o calor é importante para desativa-los), quando voltar ao treinamento, começar com cargas leves e subir o peso gradativamente para evitar novas fadigas. Uma reeducação alimentar deve ser instituída, principalmente próximo a competições e durante uma fase de treinamento mais puxada.
Massagem é também um excelente recurso para o relaxamento da musculatura, assim como trabalhos na piscina e hidromassagem. E o mais importante é sempre procurar os Educadores Físicos, Fisioterapeutas, Nutricionistas, antes de iniciar sua preparação para qualquer atividade. O descontrole pode gerar prejuízos para a saúde e não deve estar presente na vida de atletas sejam amadores ou profissionais.
Gabrielle Andersen Los Angeles 1984
fonte: Dr. Gustavo Braga